sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Brasão da Família Campo e Brasão da Família Campos

Os sobrenomes Campo e Campos têm a mesma origem, na verdade Campos é apenas uma variação plural do provável original Campo.
O sobrenome Campos é toponímico e surgiu na Espanha num lugar chamado Tierra de Campos em Castela e Leão, a Tierra de Campos era antes chamada de Campus Gallaeciae (campos da Galiza) e depois passou a se chamar Campi Gothici ou Campi Gothorum (Campos Góticos), pois havia sido habitada por visigodos após a invasão da Gália Aquitânia pelos francos no século V.
De Tierra de Campos o sobrenome se espalhou para Espanha chegando a Portugal mais tarde, alguns acreditam que o sobrenome tenha passado a Portugal no século XIII, porém o brasão da família foi entregue a Gonçalo Vaz de Campos no século XV, durante o reinado de Afonso V de Portugal.
Gonçalo Vaz de Campos era escudeiro e criado de D. Vasco de Ataíde, prior do Crato. D. Gonçalo Vaz de Campos participou na tomada de Alcácer-Ceguer, no atual Marrocos, em 1458.

Brasão da Família Martins, Brasão da Família Martinis e Brasão da Família Martini

A origem dos sobrenomes Martins, Martinis (ou Martinez) e Martini está nos nomes latinos Martinici ou Martinus, que significam "guerreiro ou inclinado à guerra", tais nomes geraram Martim, Martino ou Martinho e destes nomes batismais surgiram os sobrenomes patronímicos Martins, Martinis e Martini, desta forma quem levasse o apelido Martins era filho de Martim, ou vinha de uma terra pertencente a alguém com este nome.
Quanto às famílias Martins ou Martinis, sabe-se que o sobrenome Martins é uma variação da alcunha espanhola Martinez, o sobrenome teria passado a Portugal por meio de Diogo Martins, um cavaleiro que serviu ao rei Dom João III, após a morte deste rei a cidade de Lisboa passou por um período de fome e Diogo Martins, que era muito rico, mandou trazer da Sicília três navios de trigo que vendeu aos habitantes da cidade sem obter lucro algum, por tal serviço ele recebeu o brasão da família Martins entregue pela rainha Catarina da Áustria, que era regente de Sebastião I de Portugal em sua menoridade.
O brasão de Diogo Martins é cortado, com primeiro de negro, com duas palas de ouro; e o segundo de ouro com três flores-de-lis de vermelho, porém são assimilados outros brasões aos Martins de Portugal como se pode ver abaixo.
Já o sobrenome Martini surgiu na Itália e depois chegou a Portugal, o brasão da família Martini foi dado a Ambrósio Martini pelo Imperador do Sacro Império Maximiliano II da Alemanha, alguns dizem que Ambrósio Martini era um plebeu e foi feito cavaleiro pelo imperador que lhe deu o escudo partido de ouro e de negro, com um homem nascente e de braços levantados, tendo uma foicinha na mão direita e cinco espigas na esquerda, vestido com um chapéu cônico, tudo entrecambado.

Brasao da Familia Barbosa e Brasao da Familia Barboso

A origem do sobrenome Barbosa vem de uma quinta portuguesa de mesmo nome. A Quinta de Barbosa foi criada por D. Sancho Nunes nas terras de sua mulher, ele logo seria chamado de D. Sancho Nunes Barbosa, a Quinta dos Barbosa seria dada a sua filha em dote herdado pela esposa de D. Sancho, por isso seu filho D. Pedro Nunes de Barbosa criou uma nova Quinta de Barbosa, desta nova quinta surgiria entre os séculos XIII e XIV o sobrenome Barbosa, adotado pelas pessoas originarias das terras dos Barbosa, o sobrenome teria migrado para a Espanha onde surgiram às famílias Barbosa espanholas.
Quanto ao sobrenome Barboso seria uma variação de Barbosa, talvez uma versão masculina do nome.

Brasão da Família Carneiro

O sobrenome Carneiro não tem uma origem definida, mas alguns acreditam que a alcunha surgiu no território do atual Portugal no século X, quando um cavaleiro francês da família Mouton chegou ao Condado Portucalense para ajudar na tomada dos territórios dominados pelos mouros.  Do sobrenome Mouton viria o apelido Carneiro, uma vez que mouton em francês significa "carneiro".
Outros dizem que a família Carneiro descende de Pedro Carneiro, senhor das terras de Valdevez, que viveu nos tempos do Conde D. Henrique. O sobrenome Carneiro seria toponímico e surgiu em Gestaçô, no atual concelho de Baião, onde havia uma região chamada Serra de Carneiro de onde foi tomado o nome.
Há quem diga também que a alcunha surgiu na Espanha, já sendo usado desde antes do século XII, porém o mais provável é que o sobrenome Carneiro tenha sido adotado por pessoas que estavam envolvidas na criação de carneiros, sejam pastores, produtores de lã ou até mesmo de queijo, também por habitantes de terras importantes na criação desses animais, já que sua carne e derivados eram muito apreciados na Idade Média.
O brasão da família Carneiro é em vermelho, com uma banda de azul perfilada de ouro e carregada de três flores-de-lis do mesmo metal, acompanhada de dois carneiros de prata armados de ouro.

Brasão da Família Amorim e Brasão da Família Morim


O sobrenome Amorim é toponímico e surgiu na Galiza, num lugar chamado Amorim próximo à cidade de Tui, desta família descende também a família Morim. O sobrenome Amorim passaria a Portugal por várias vezes e por diversos ramos da família, como o que passou durante o reinado de D. João I, por meio de Hilário de Amorim que foi primeiro senhor da Torre de Amorim, este se fixou em Ponte de Lima e estava a serviço do duque de Lancastre.
Em Portugal há uma freguesia chamada Amorim, cujo nome é de origem latina e significa "local de amar ou dos amantes", as primeiras citações da freguesia de Amorim datam do século XI, sendo citada também nas Inquirições de 1220.
O brasão dos Amorins é em vermelho com cinco cabeças de mouros decapitadas sangrando postas em sautor, alguns as representam com toucado de azul e prata com as barbas de ouro.

Brasões das Famílias Carvalho, Carvalhais, Carvalhal e Carvalhal Bem-feito

O sobrenome Carvalho tem origem em uma árvore de mesmo nome, o carvalho é uma árvore imponente que constitui grandes florestas e bosques de carvalhos, que são chamados de carvalhais, e no seu singular carvalhal.
Durante a Idade Média vários profissionais dependiam dos carvalhos, sendo eles lenhadores, marceneiros, construtores de casas, caçadores e criadores de porcos, é provável que sejam estes os primeiros a usarem Carvalho como apelido.
A presença destas árvores serviu também para denominar regiões, como o Morgado de Carvalho nas terras de Coimbra, que pertenceu a Bartolomeu Domingues, quem se acredita ser o primeiro a usar o apelido Carvalho, outros dizem que foi seu avô Pelagius Carvalis quem instituiu o ramo nobre da família Carvalho, deles descenderia o ilustre Sebastião José de Carvalho e Melo, o primeiro Conde de Oeiras e Marquês de Pombal.
Quanto aos sobrenomes Carvalhais e Carvalhal seriam variações do sobrenome  castelhano Carvajal, que por sua vez surgiu na apologia a terras onde havia carvalhos, referências mais antigas ao sobrenome Carvalhal datam do início do século XIV, em que é citado certo D. Álvaro Gil de Carvajal, que seria o patriarca da linhagem nobre da família Carvalhal, este por sua vez era bisneto de Gonçalo Gonçalves de Carvajal, quem alguns autores consideram ser filho do rei D. Bermudo II de Leão. O nome Carvajal teria se tornado Carvalhal na geração seguinte a de D. Álvaro Gil de Carvajal.
Já a família Carvalhal Benfeito descende de Diogo Fernandes, quem o rei D. João III deu uma quinta no couto de Alcobaça.

Brasão da Família Costa

A origem da família Costa é toponímica, na verdade não existe apenas uma família Costa, já que na Europa eram denominadas “da Costa” aquelas pessoas que vinham da região costeira, por isso existem famílias Costa na Itália, Espanha e Portugal.
A nobre família Costa portuguesa surgiu na Quinta da Costa em Guimarães, onde a família tinha torre e casa forte. O mais antigo Costa português conhecido é Gonçalo da Costa, senhor da Torre da Costa em Mancelos, que viveu nos tempos do rei D. Afonso Henriques.
O brasão da família Costa é em vermelho com seis costelas de prata, isto porque costa também significa costela.

Brasão da Família Leitão

O sobrenome Leitão é de origem ocupacional e é uma referência a criação de suínos.
A criação de porcos ganhou espaço na Europa na época dos romanos e se manteve durante a Idade Média, os porcos eram pastoreados em florestas onde encontravam alimento em fartura, a suinocultura no período medieval era muito importante, sendo mais influente até que a pecuária. Neste período surgiu o apelido Leitão, associado a pessoas que estavam envolvidas na criação de porcos ou no abate destes animais.
A família Leitão portuguesa descende de D. Gueda Soares, “O Velho”, que havia passado a Portugal nos tempos do Conde D. Henrique, os descendentes de D. Gueda se estabeleceram em Lodares, onde ganharam o apelido Leitão. A família Leitão ganhou destaque no Reino de Portugal, por possuir muitas terras, desta família descendem as famílias Silveira e Mascarenhas.
O brasão da família Leitão é em prata com três faixas em vermelho.

Brasão da Família Guimarães

O sobrenome Guimarães vem do nome Vimaranes, que alguns creem vir da palavra germânica Wigmar, que significa “cavalo de combate”, desta palavra surgiria o nome Vímara, logo Vimaranes é patronímico e significa "filho de Vímara".
O sobrenome Guimarães se originou em uma região no Norte de Portugal, outrora chamada de Vimaranis, de onde acredita-se ter partido os primeiros conquistadores do território português.
Os primeiros senhores de Guimarães descendem de Vímara Peres, vassalo do rei Afonso III das Astúrias, nascido na Galiza no século IX e que partiu para reconquistar a região entre o Minho e o Douro, sendo o primeiro conde de Portucale e seu filho, Lucídio Vimaranes, o sucederia como conde. 
Vímara Peres fundou um burgo chamado Vimaranis que mais tarde se tornaria Guimarães. Por volta do século X foi construído em Vimaranis um mosteiro que recebia fartas doações de nobres e até de reis, com isso, ele se transformou no Mosteiro Real Colegiada, que se tornou um local de peregrinação.
O sobrenome Guimarães teria surgido no uso do nome desta região para indicar de onde as pessoas vinham. Guimarães é o berço da nação portuguesa, já que ali foi a capital do condado de Portucale instituída por D. Henrique e foi também o provável local do nascimento de D. Afonso Henriques, o fundador do Reino de Portugal. 

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Brasão da Família Maia

Maia é o nome de uma planta (Cytisus striatus) comum em Portugal, considerada por alguns como daninha, anteriormente usada na confecção de vassouras.
A origem do sobrenome Maia está ligada a uma região que se estendia por quase todo o norte do atual Portugal. O nome Maia já era usado pelos habitantes desta região como apelido desde antes da própria fundação do Reino de Portugal, segundo a lenda o primeiro rei português, D. Afonso Henriques, foi educado junto à família Mendes da Maia, que já governava a antiga região de Maia.
D. Afonso Henriques teve por aio o arcebispo D. Paio Mendes da Maia, que era irmão de D. Gonçalo Mendes da Maia, conhecido como "O Lidador", um ilustre comandante militar que entrou para história portuguesa pela sua constante luta contra os mouros.
A nobre família Maia descende do rei Ramiro II de Leão, por seu bisneto Gonçalo Trastamires da Maia, o segundo Senhor da Maia e avô de Gonçalo Mendes da Maia. O cavaleiro D. Gonçalo Trastamires da Maia participou das campanhas da reconquista das terras próximas ao Rio Mondego, tendo papel importante na tomada do Castelo de Montemor-o-Velho, do qual foi governador e fronteiro-mor.
O brasão da família Maia é em vermelho com uma águia de ouro armada e gotejada de negro, outros trazem um campo vermelho com uma águia negra sancada de ouro e armada de negro.